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10 ABR

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“50 anos de 25 de abril: Revoluções-Evoluções”

João Roiz Ensemble

Data

10 de abril de 2024 às 18:30:00

Classificação Etária

M/6

Local

CDIL – Igreja da Misericórdia, Leiria

Entrada

gratuito

Sinopse

O presente programa proposto pelo João Roiz Ensemble pretende marcar os 50 anos do 25 de Abril, constituindo-se como uma reflexão musical acerca da dialética - nem sempre pacífica - revolução/evolução. Se é certo que por vezes a evolução social e artística estagna e as revoluções aparecem como solução emergente para a progressão do Homem, é também certo que estas sempre encerram em si os perigos da destruição de valores sedimentados ao longo de muitas gerações, que só uma lenta maturação evolutiva permite que tragam frutos para o bem-estar da humanidade. Neste sentido, as obras que aqui se apresentam reflectem esta dicotomia, por vezes conflituosa, entre estas duas visões do mundo: revolução e evolução.
Poder-se-á notar este conflito num dos primeiros quartetos de Beethoven - op.18 nº4 -, quando o compositor estava ainda sob o jugo do fervor revolucionário que em inícios de Séc. XIX varria a europa central, mas em que só um domínio técnico das tradições conservadas ao longo de séculos permitiu uma decisiva expansão formal e estética; em Schostakovich, por outro lado, ouvimos sem mácula os sons do realismo socialista, a nova arte da vanguarda popular de então; em Lopes-Graça e Eurico Carrapatoso, sob ângulos diferentes, é possível sentir o olhar para as tradições musicais mais profundas de um Portugal ainda não contaminado pelas músicas europeias, restos de um folclore puro, que diz mais sobre a importância da permanência e conservação de valores e tradições do que das técnicas musicais revolucionárias com que as mesmas têm sido tratadas desde a segunda metade do século XX; em Puccini podemos escutar as belezas de uma arte musical europeia madura, de carácter conservador, que assumidamente rejeita as revoluções estéticas que aparecem nos finais do século XIX e inícios do século XX, repertório esse que, talvez por isso, é ainda um dos mais amados dos públicos actuais.

Programa

Giacomo Puccini (1858-1924)
“Crisantemi” para Quarteto de Cordas

Fernando Lopes-Graça (n.1906-1994)
"Suite Rústica nº2" para Quarteto de Cordas, sobre temas tradicionais portugueses
• Melancólico
• Danzante
• Scherzoso
• In modo di ninna nanna
• Gaio

Dmitri Schostakovich (1906-1975)
"Duas peças” para Quarteto de Cordas
• Adagio
• Allegretto

Eurico Carrapatoso (n.1963)
"Sete Velhos Corais Portugueses" sobre temas populares portugueses, para Quarteto de Cordas
• Canícula (sobre tema popular de Miranda do Douro)
• Oriente (sobre tema popular de Miranda do Douro)
• Papão (sobre tema popular da Beira Alta)
• Luz (sobre tema popular de Castelo Branco)
• Romaria (sobre tema popular de Castelo Branco)
• Júbilo (sobre tema popular de Castelo Branco)
• Altar (sobre tema popular de Serpa)

L. B. Beethoven (1770-1827)
Quarteto de Cordas op. 18, nº4
• Allegro ma non tanto
• Andante scherzoso quasi Allegretto
• Menuetto
• Allegretto – Presto

Ficha Artística e Técnica

João Roiz Ensemble
Vasken Fermanian, violino
João Mendes, violino
João Pedro Delgado, viola de arco
Ricardo Mota, violoncelo

Biografia

Desde a sua criação, em 2014, que o João Roiz Ensemble se tem apresentado em preenchidas temporadas e inúmeros programas em colaboração com diversos solistas como António Rosado, Dejan Ivanovic, Carlos Alves, Filipe Quaresma, Carisa Marcelino, Saul Picado, Catherine Strynckx, Marina Pacheco, Natalia Riabova, Luísa Tender, entre outros. Os seus concertos são frequentemente transmitidos pela RTP - Antena 2. Os repertórios do Ensemble abrangem a grande literatura camerística universal, desde a segunda metade do séc. XVIII até aos dias de hoje, centrando-se principalmente nas obras canónicas para quarteto e quinteto. A este percurso, vem juntar-se uma vontade de diversificação estética e de fomento reflexivo de nova criação, que tem resultado na encomenda e estreia de obras de compositores portugueses, nomeadamente Alexandre Delgado, Luís Tinoco, César Viana, Nuno Corte-Real, ou Fernando Lapa, em diálogo com a realidade territorial em que o Ensemble exerce a sua actividade artística. Desta dinâmica constante entre o aprofundamento da forma e a exploração das suas fronteiras, entre o cânone sistematizado e a reflexão inovadora sobre o mesmo, entre o local e o universal, entre o olhar territorial e a perspectiva do horizonte, nasceram já dois discos.

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