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15 MAR

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“Os LUSÍADAS”

Nova Era Vocal Ensemble com Orquestra 1755 & Afonso Ruivo Cardoso

Data

15 de março de 2025 às 21:30:00

Classificação Etária

M/6

Local

Igreja de S. Francisco, Leiria

Entrada

gratuita

Sinopse

Este concerto marca o quinto Centenário do nascimento de Luís de Camões, o venerado autor de “Os Lusíadas”. O Concerto oferece uma interpretação contemporânea da obra épica, através de uma viagem musical inspirada nas emoções dos diversos episódios de “Os Lusíadas”. Passando pela Ilha dos Amores, pelo Cabo das Tormentas, pelo Cais das Despedidas e por muitos outros lugares, o repertório explora os temas da aventura, da morte, do amor e da mitologia que permeiam a obra de Camões, proporcionando uma experiência sonora que celebra o impacto cultural e o legado duradouro da sua obra.

Programa

Os Lusíadas é uma longa canção e, como canção, resulta da sucessão de diversas dinâmicas, andamentos, inflexões, ornamentos e acidentes. Este concerto procura contar alguns episódios do poema épico, com recurso a peças corais do repertório antigo ao contemporâneo, para que a música interaja com a poesia e para que numa se escute a outra. Não é qualquer poeta que tem engenho bastante para compor um poema tão grande e tão complexo como aquele que Camões quer intitular de Os Lusíadas. Porque o assunto assim o exige, o Poeta pede às Tágides, Ninfas do rio Tejo, o fôlego necessário para cantar feitos heroicos.

«Dai-me agora um som alto e sublimado,

Um estilo grandíloco e corrente»

Os Lusíadas I, 4-5

Claudio MonteverdiL’Orfeo: Ritornello

Canta agora um coro de indígenas festivos e despretensiosos, que valorizam a paz acima das ambições. O Poeta narra depois o destrutivo ataque dos portugueses aos nativos (Mouros). O coro lamenta a morte dos indígenas, desejando-lhes repouso eterno.

«Não se contenta a gente Portuguesa,

Mas, seguindo a vitória, estrui e mata»

Jean- Philippe RameauLes Indes Galantes: Forêts Paisibles

Os Lusíadas I, 89-90

Manuel Cardoso – Missa pro defunctis a 6

Impiedosa e implacável não é só a guerra, mas também, sem surpresas, o Amor. O Poeta lembra o assassinato de Inês de Castro, encomendado pelo rei D. Afonso IV, e o quanto as Ninfas a lamentaram, tanto que o seu nome chegou até aos dias de hoje, e nos dias de hoje nos comove. O coro fala dos gestos de amor de D. Pedro I, que ao lado de Inês quis jazer no túmulo.

«Se dizem, fero Amor, que a sede tua

Nem com lágrimas tristes se mitiga»

Os Lusíadas III, 119 e 135

Walton WaltonHenry V: Touch her soft lips and part

Eurico CarrapatosoAy que dolor: Em todos os seus testamentos

Dá-se início à viagem marítima propriamente dita, não sem antes se escutar a velha voz que desaconselha à navegação e que prevê o fracasso da viagem. O Velho do Restelo localiza e denuncia, muito acertadamente, a motivação por detrás de tal projeto: a busca de fama e glória. O coro dá conta da ausência de vento favorável e reza pelo sucesso.

«Buscas o incerto e incógnito perigo

Por que a Fama te exalte e te lisonje»

Os Lusíadas IV, 101-102

Eurico CarrapatosoPequeno Poemário de Pessanha: San Gabriel

Uma nova voz se opõe às naus: a do horrendo e temível monstro, o gigante Adamastor, que, irado e ofendido, predestina os portugueses a grandes sofrimentos. O coro canta a morte iminente, para logo depois o gigante revelar que é na verdade uma vítima da maior frustração amorosa, depois de ter sido enganado e rejeitado pela Ninfa que desejava. O coro dá aqui voz ao Adamastor, que parece disposto a desaparecer, tal é a dor que sente.

«Que crendo ter nos braços quem amava

Abraçado me achei cum duro monte»

Os Lusíadas V, 41-42

Jaakko Mäntyjärvi - Four Shakespeare Songs: 1. Come away, Death

Os Lusíadas V, 56-57

Claudio MonteverdiLasciate mi morire Numa

Numa retórica sonora e dinâmica, o Poeta dá conta da tempestade marítima que surpreende os marinheiros. O mestre da embarcação grita ordens. Os ventos e as ondas fazem com que a nau portuguesa não pareça mais do que um pequeno batel, perdida no mar. O coro canta, numa pausa da tempestade, sobre o poder da água e do vento, e logo após interpela os céus, em busca de auxílio.

«Amaina (disse o mestre a grandes brados),

Amaina (disse), amaina a grande vela!»

Os Lusíadas VI, 70-74

Tõnu KõrvitsCanticle of the Sun: Brothers Wind and Air / Sister Water

Kerensa BriggsMedia Vita

Vénus, a deusa favorável aos portugueses, escuta as suas preces, diagnostica a origem da feroz tempestade - o Deus Baco tê-la-á desencadeado - e chama as Ninfas, para pôr em prática uma virtuosa manobra de salvamento. Ordena-lhes que se vistam belas, para que seduzam os ventos e com isso eles se acalmem e cesse a tempestade. O coro canta este apelo às Ninfas, para que ajudem os homens.

«Abrandar determina, por amores,

Dos ventos a nojosa companhia»

Os Lusíadas VI, 86-87

Claudio MonteverdiL’Orfeo: Lasciate i monti

E porque tamanhas provações passaram, prepara Vénus, com a ajuda de seu filho, o Amor, uma ilha deleitosa, para que os navegadores possam descansar e receber as devidas recompensas. Serve-se mais uma vez das Ninfas, que seduzirão os convidados de honra da Ilha dos Amores.

«Ali quer que as aquáticas donzelas

Esperem os fortíssimos barões”

Os Lusíadas IX, 20 e 22

C.W. GluckOrphée et Euridice: Ballet des Ombres heureuses

Johnny KlimekLost Love

O Poeta fala por fim às Ninfas. Fala do trabalho dos poetas - criar memória através do canto. O coro alude à Paixão de Cristo, que talvez seja parecida com uma viagem de tal modo desafiante que só os maiores heróis a ela sobrevivem.

«Pera porem as cousas em memória

Que merecerem ter eterna glória»

Os Lusíadas VII, 82

Olivier MessiaenSacrum Convivium

(textos de Afonso Ruivo Cardoso)

Ficha Artística e Técnica

Nova Era Vocal Ensemble

Orquestra 1755

Afonso Ruivo Cardoso, declamação

João Barros, maestro

Biografia

O Nova Era Vocal Ensemble é um coro composto por 28 cantores, fundado em 2018 pelo maestro João Barros. Ao longo dos últimos anos o Ensemble estreou obras de compositores como Alfredo Teixeira, Eugénio Rodrigues, Gerson Batista, Georgi Sztojanov, Nuno da Rocha, entre outros. Recentemente o Nova Era interpretou algumas das mais importantes obras corais como Cantique de Cantique de Daniel Lesur, Missa para duplo coro de Frank Martin, Messe em Sol Majeur de Francis Poulenc, Canticle of the Sun de Tõnu Kõrvits. Em 2021, o Nova Era participou na gravação do álbum “Voices and Landscapes” do compositor português Hugo Vasco Reis, com a peça “Sleeping Landscapes” que foi nomeada para “Melhor trabalho de música erudita” pela Sociedade Portuguesa de Autores. No mesmo ano participou na cerimónia do 5º Centenário da Morte de D.Manuel I - Luz a D.Manuel, no Mosteiro dos Jerónimos. Em 2022, o coro recebeu o maestro Daniel Reuss e interpretou o concerto Motetes Alemães, no Palácio Nacional de Mafra. No mesmo ano, colaborou com a orquestra barroca Divino Sospiro no programa Sacro Vivaldi sob a direção de Massimo Mazzeo. Em 2023, integrou o concerto da celebração dos 200 anos da Independência do Brasil com o Americantiga Ensemble, sob a direção de Ricardo Bernardes na Igreja de São Roque. Em 2021 e 2022, o coro foi convidado a participar no OperaFest Lisboa, interpretando as óperas “Tosca” e “Madama Butterfly” de Puccini com o Ensemble MPMP, sob a direção do maestro Jan Wierzba. Recentemente, o coro apresentou-se em concertos no Festival Largo Alto, Temporada de Música de Parques de Sintra, Natal em Lisboa, Mosteiro dos Jerónimos. O Nova Era Vocal Ensemble é o agrupamento principal da Lisbon Choral Conducting Masterclass. Ao longo das várias edições colaborou com os maestros Sigvards Klava, Bernie Sherlock, Josep Vila, Pedro Teixeira, Gonçalo Lourenço, Inês Tavares Lopes e Marcos Cerejo. Em 2019 participou no Festival Coral de Verão, em Lisboa, e foi galardoado com a medalha de Ouro nas duas categorias em que participou. No mesmo ano arrecadou o 1º Prémio Choir of the Choirs na Vocal Art Choir Competition.

João Barros é Mestre em Direção Coral e licenciado em Formação Musical e Direção Coral pela Escola Superior de Música de Lisboa. Iniciou a sua formação em piano no Conservatório D. Dinis com Elsa Cabral e, em 2012, frequentou o Curso de Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional. Em 2013 frequentou, como estudante de Erasmus, o Kodály Intézet - Hungria. Desde 2018 que é formador de professores nas oficinas “Música na escola” organizadas pela Fundação Calouste Gulbenkian. Como cantor João Barros fez parte do Tenso Europe Chamber Choir, Ensemble Vocal Desafinados, Officium

Ensemble e Meesters&Gezellen com concertos em 12 países diferentes. A convite da companhia “World Masters in China” realizou masterclasses e workshops para mais de 4000 professores de música e maestros chineses, tendo dirigido mais de 50 coros em Pequim, Shanghai, Hangzhou, Lanzhou, Tsingtao,

Jinan e muitas outras cidades chinesas. Em 2019 fundou o Nova Era Vocal Ensemble e assumiu a direção artística do Coro ISCTE, Coro da Sociedade Filarmónica Humanitária e Coro de Câmara Outros Cantos. Em 2019 ganhou, com o Nova Era Vocal Ensemble, a medalha de ouro no Festival Coro de Verão e o prémio “Choir of the Choirs” e respetivo primeiro prémio no Festival Vocal Art Choir Competition. No mesmo ano obteve a bolsa de mérito da Interkultur por “Outstanding Conducting Achievements” e teve a oportunidade de trabalhar na Alemanha com André Van der Merwe e Romãns Vanags, e dirigir o Rundfunk-Jugenchor Wernigerode. Em 2021 foi selecionado para a fase final da competição Fosco Corti International Competition, em Turin. É o Diretor Artístico da Lisbon Choral Conducting Masterclass. Atualmente estuda com Daniel Reuss e Kaspars Putnins.

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