A programação proposta pelo projeto Música em Leiria 4.3 tem a maioria das atividades inseridas no Festival Música em Leiria (FML) que são complementadas com outras de grande interesse artístico, educativo e social que circulam em torno do mesmo. São estes os casos do III Ciclo de Órgão de Leiria, que se inicia antes no festival, do conjunto de programas educativos a realizar em localidades da região com menor oferta cultural e da Residência Artística do projeto “Resistência e Afirmação Cultural”. O III Ciclo de Órgão de Leiria conta com a presença de alguns dos principais organistas portugueses (Paulo Bernardino, Nuno Oliveira, António Esteireiro, João Santos e Rute Martins) e do organista espanhol Arturo Barba, que atuarão a solo ou em conjunto com outros músicos em seis concertos a realizar em diversas localidades da região e onde farão uso dos órgãos históricos e modernos, dando assim um contributo valioso para a divulgação da música escrita para este instrumento e da preservação do património organístico da região Centro e Oeste. Nos concertos didáticos, a realizar em maio e junho e que têm como objetivo a formação e fidelização de públicos, terão lugar em Ansião, Figueiró dos Vinhos, Pedrogão Grande e Castanheira de Pera, será apresentado um musical, uma nova criação com música de Mário Nascimento a partir de um texto inédito de Sofia Ribeiro intitulada “Miga, a formiga”. O projeto “Resistência e Afirmação Cultural”, do qual o Orfeão de Leiria é o parceiro português, é um projeto com músicos, bailarinos e atores de países de língua portuguesa (Palops) que envolve os países africanos de Língua Oficial Portuguesa, Timor-Leste e Portugal. É promovido pelo Cultural Scala de Maputo, Moçambique e conta com o apoio do Instituto Camões, via Programa PROCULTURA da União Europeia, no contexto histórico dos 50 anos do 25 de abril e dos 50 anos da independência desses países.

A programação do Festival distingue-se pela diversidade e qualidade do programa que, baseado numa matriz clássica, abrange diferentes estilos e estéticas musicais e domínios artísticos (música clássica, jazz, dança, literatura) e inclui a presença de estruturas artísticas altamente profissionalizadas nacionais e da região, como é o caso da OFB, da Banda Sinfónica Portuguesa, do Quarteto Contratempus, do Dança Quorum Ballet, e do quarteto ars ad hoc, complementada presença de maestros e músicos de reconhecido mérito e com o envolvimento de jovens artistas em início de carreira, como é o caso da harpista Beatriz Cortesão, vencedora do Prémio Jovens Músicos 2023. A inovação, a pesquisa e a experimentação artísticas são também valorizados através dos projetos de grupos já atrás referidos e ainda do Quarteto Chiado, dos duos Noa Noa, beOMNI e do Coro Nova Era Vocal Ensemble. 

Dentro da programação do festival têm lugar tanto programas com grandes grupos (Coro, Orquestra, etc.) como pequenos ensembles (Música de Câmara) e até recitais a solo, de onde se destacam, para além dos grupos ou artistas já mencionados, Filipe Raposo e Rita Maria, Mafalda Nejmeddine, Antony Aarons, Isabel Alcobia, Susana Teixeira, André Lacerda, Juliana Mendes, Carla Antunes, João Barradas, Diogo Bernardino, Jan Wierzba, José Eduardo Gomes e Rui Lúcio, o Quarteto Guitarras Canticum, o Coro e Orquestra da Universidade de Aveiro e dos agrupamentos oriundos do Orfeão de Leiria (Coro do Orfeão de Leiria, Tango4Women, Orquestra Sinfónica e Big Band).

 

António Vassalo Lourenço

Janeiro 2025